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Um caminho sem retorno
27/02/2020 14:56

São vários os motivos que levam a que hoje se esteja a assistir a um aumento generalizado da venda de veículos de baixas emissões. São eles as preocupações ambientais de cidadãos e da indústria do setor automóvel. A aposta cada vez maior na oferta de veículos elétricos e híbridos por parte dos construtores de automóveis, que olham para a mobilidade do futuro e percebem que este é o caminho e a vontade de todos. A questão económica, pois as imposições das novas normas europeias limitam as emissões de CO2 nos 95 g/km para os novos modelos, levando as marcas a pôr no mercado mais veículos ecológicos. E ainda há as contas simples de fazer, pois após um investimento inicial mais avultado para adquirir um destes modelos, o retorno com o passar dos anos é notório e indiscutível.
 
Face ao exposto e sem grandes surpresas, os elétricos e os híbridos já representaram 11% dos carros vendidos em Portugal no passado. Helder Pedro, secretário-geral da ACAP, comenta estes valores, referindo que "Portugal é já o terceiro país na Europa com a maior penetração de veículos elétricos, o que ilustra bem a forte adesão do consumidor português à mobilidade elétrica". A evolução deste mercado em Portugal tem sido "surpreendente", diz, até pelas reservas que são muitas vezes colocadas à aquisição deste tipo de veículos, nomeadamente, "dificuldades em encontrar postos de carregamento, autonomia das baterias e valor residual numa troca futura".
 
Ato contínuo, pode ler-se no site da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), que este ano, em janeiro, foram vendidos 1.616 veículos elétricos em Portugal. Trata-se de um recorde de vendas mensal no país. Henrique Sánchez, presidente da UVE, lembra que, no seguimento do recorde de vendas que se registou em 2019, os números de janeiro indiciam "um excelente ano para a mobilidade elétrica em Portugal". "Não só os 1.616 automóveis ligeiros de passageiros elétricos – BEV-Battery Electric Vehicle e PHEV-Plug in Hybrid Electric Vehicle. Em 2019 chegaram ao mercado mais modelos, com mais autonomia e o que se veio a confirmar ser a estrela dos veículos elétricos, o Tesla Model 3, que em pouco mais de dez meses ficou no segundo lugar das vendas, logo atrás do Nissan Leaf que iniciou a sua venda em 2011."
 
Roberto Gaspar, secretário-geral da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), afirma, sobre o aumento de vendas de elétricos e híbridos em Portugal, tratar-se de um processo natural, em particular se se pensar que "a base é muito pequena e portanto é relativamente normal que se batam recordes todos anos, não obstante o valor em termos absolutos das vendas ainda ande abaixo dos 5%".
 
Nuno Serra, marketing manager da Volkswagen, afirma que a evolução só demonstra que o mercado está cada vez mais a caminhar para a mobilidade elétrica. "Entre 2017, em que foram vendidos 1.659 veículos ligeiros de passageiros elétricos, e 2018, o mercado cresceu 59%. Em 2019, foram vendidos 6.883 carros totalmente elétricos, aumentando 41% face a 2018. As pessoas estão cada vez mais informadas e consequentemente predispostas a apostar nesta opção." E acrescenta: "A oferta de mercado é também cada vez mais vasta e diversificada, tornando o carro elétrico num produto mais equilibrado e, simultaneamente, mais apetecível e acessível."
 
Ricardo Oliveira, diretor de comunicação e imagem da Renault, acredita que o aumento das vendas destes veículos se irá manter. "Em 2020 chegarão ao mercado novos atores, a oferta será muitíssimo alargada e pensamos que este fenómeno de maior concorrência irá contribuir para um crescimento importante do mercado." O responsável da marca francesa relembra ainda as imposições sobre os limites de emissões poluentes (CO2) a que todos os construtores estão sujeitos, o que "obriga" a um crescimento significativo das vendas das ofertas menos poluentes entre as quais (a principal) é a dos veículos 100% elétricos.
 
João Marcos Marchante, responsável da rent a car 100% elétrica Watts on Wheels, fica satisfeito por estarem a crescer as vendas de automóveis eletrificados em Portugal. "Ficamos muito contentes. É sinal de que a mobilidade tradicional começa a ser substituída, de que vai haver mais investimento em pontos de carregamento, mais pessoas expostas à novidade e à desmistificação dos ‘papões’ geralmente associados aos veículos elétricos".
 
2020 vai registar novo crescimento
 
Quanto às expectativas de vendas para este ano, Roberto Gaspar diz que "não é preciso ter grandes capacidades premonitórias para se prever que em 2020 este segmento irá novamente bater recordes". "Muito em particular continuando a haver as benesses fiscais, por um lado, e a um outro nível a enorme pressão existente sobre os fabricantes de automóveis, para que no final deste ano cumpram as apertadíssimas metas ambientais definidas pela UE, sob o risco de incorrerem em elevadíssimas coimas."
 
Por sua vez Henrique Sánchez, da UVE, tem as "melhores expectativas possíveis" por diversas razões, que aponta: continuação dos incentivos à aquisição de veículos elétricos, com aumento da dotação do Fundo Ambiental em mais um milhão de euros; implementação da restrição de circulação dos veículos poluentes à região central de Lisboa; aumento considerável da rede pública de carregamento para veículos elétricos e o aparecimento das primeiras redes privadas para frotas de empresas, TVDE, táxis, e não só; e aumento da oferta elétrica das marcas.
 
Recorda ainda a norma europeia, já em vigor, que limita as emissões de CO2, sendo aplicadas, "a partir de 2021 sobre as emissões de 2020, pesadas multas que se consubstanciam em uma coima de 95 euros por cada grama a mais dos 95 g/km". "As marcas vão necessitar de vender mais automóveis elétricos para fazerem baixar a média de emissões, por viatura. Generalização da discriminação positiva no estacionamento de um VE em diversas cidades do país".
 
Já Helder Pedro, da ACAP, acredita num "forte crescimento de forma consistente" na venda de elétricos e híbridos em 2020 em Portugal.

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