EUA podem entrar na Nokia ou Ericsson após fúria com aceitação da Huawei no Reino Unido
07/02/2020 11:31
O procurador-geral norte-americano William Barr defendeu que os Estados Unidos deveriam adquirir parte do capital da Nokia e da Ericsson, de forma a contrariar o "ímpeto de dominação" da chinesa Huawei no mercado de 5G.
Para Barr, os aliados dos Estados Unidos devem "considerar ativamente" propostas para a aquisição de uma posição maioritária nas empresas europeias por parte dos Estados Unidos, tanto diretamente como através de um consórcio de empresas americanas e aliadas, de forma a resolver o problema de falta de alternativas à Huawei.
Esta posição surge numa altura em que o Reino Unido decidiu permitir a entrada da Huawei no desenvolvimento da rede de quinta-geração (5G) no país, mesmo depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter apelado várias vezes aos aliados europeus que excluíssem a empresa chinesa desta infraestrutura, apontando riscos para a segurança nacional.
De forma a controlar a presença da Huawei no país, no final de janeiro, o primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, avançou que deixaria a Huawei entrar no país mas que poderá impor regras que limitem a hipótese de as empresas de telecomunicações ficarem dependentes de uma tecnológica em específico no que toca ao 5G. O país deverá ainda banir a Huawei de partes chaves da rede.
A rede 5G é o futuro das telecomunicações, pelo que é considerada infraestrutura crítica. Na tese dos Estados Unidos, a Huawei pode aproveitar a presença no Ocidente para extrair segredos de Estado e entregá-los ao Governo chinês, respeitando uma lei que obriga as empresas naquele país a cooperarem com o Governo quando solicitadas. A Huawei tem negado todas as acusações.
De acordo com fontes próximas citadas pelo Financial Times, após o anúncio da decisão do Reino Unido de permitir a entrada da Huawei na rede de 5G, embora dentro de determinadas condições, Donald Trump terá telefonado ao primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, num tom que é definido pelas fontes como "apoplético".
No contexto desta chamada, o Reino Unido terá defendido que "países com a mesma mentalidade" trabalhassem em conjunto para "diversificar o mercado e quebrar o domínio de um pequeno número de empresas", explicou um porta-voz do Governo britânico.
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