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Crise na China força Fosun a vender quase 10% do BCP, os certificados e as tecnológicas
23/01/2024 07:01

Bom dia,

A menor liquidez na China e as dificuldades económicas que o país liderado por Xi Jinping está a enfrentar forçou a Fosun a reduzir a participação no BCP em quase um terço, para o patamar mínimo autorizado pelo Banco Central Europeu (BCE), ou seja, os 20%. Esta redução praticamente iguala o posicionamento face ao segundo maior acionista, a Sonangol, mas, ao que o Negócios apurou, não está em curso uma recomposição acionista de maior escala na instituição financeira. A fatia que está agora a ser colocada no mercado, de 5,6%, deverá acabar nas mãos de pequenos investidores institucionais e não num novo “player”.

E pôr falar em finanças (mas desta vez as pessoais), os certificados de aforro e do Tesouro captaram, em 2023, o dobro das poupanças das famílias do que no ano anterior. Mesmo com o travão causado pela decisão do Governo de lançar uma nova série de certificados de aforro (CA) com um tecto máximo de juro mais baixo, o saldo do ano foi positivo em mais de 10 mil milhões de euros.

Na edição de hoje do Negócios encontra também um trabalho sobre a nova de despedimentos nas tecnológicas. Depois da sangria de 2023, em que as tecnológicas despediram mais de 262 mil pessoas em todo o mundo, o novo ano arrancou com notícias de mais despedimentos em grandes nomes do setor. É o caso da Google, da Amazon e do Instagram, mas não só. Desde o início de 2024, ou seja, em três semanas, 61 empresas anunciaram despedimentos, que resultaram na dispensa de 9.533 trabalhadores.

A inflação "crítica" anual na Zona Euro atingiu um novo máximo. Depois de 2022 ter sido marcado pela crise inflacionista – que levou a uma perda de poder de compra e retração do consumo das famílias –, 2023 foi o ano de início do atual processo de desinflação. A provar isso, a inflação média anual abrandou para 5,4% na Zona Euro. Porém, manteve-se ainda acima do recomendado pelo Banco Central Europeu (BCE) para garantir a estabilidade de preços. Já a "inflação crítica" atingiu máximos.

Os despojos da Soares da Costa estão a ser leiloados online. Após muitos anos de agonia financeira, tentou sem sucesso a "angolanização" e até se rebatizou para "afastar a carga negativa associada ao nome histórico", mas acabou por falir, com dívidas de 526 milhões de euros a 2.200 credores, estando os seus parcos ativos a serem agora vendidos online, devendo ser recuperados, no máximo, pouco mais de 20 milhões.

Terça-feira é ainda dia de Radar África, onde falamos do caso de um Presidente que só confiava na filha. A chegada de Isabel dos Santos à presidência executiva da Sonangol, em junho de 2016, mudou-lhe a vida empresarial e escancarou a porta para os problemas que ainda enfrenta e começaram com a decisão do Presidente da República, João Lourenço, de a exonerar em novembro de 2017. Dois anos depois, mais propriamente a 30 de dezembro de 2019, o Tribunal Provincial de Luanda decretou o arresto preventivo de contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos, acusando-a de “ocultar património obtido às custas do Estado”.